"O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza dos seus sonhos" - Eleanor Roosevelt.



quinta-feira, 16 de setembro de 2010

PORTAL DAS ÁGUAS


Parelheiros é um distrito rural localizado no extremo sul de São Paulo. É o segundo maior distrito em extensão territorial, embora seja muito pouco povoado. Tem a maior parte da área coberta por reservas ambientais de Mata Atlântica - nele se localiza a APA Capivari-Monos. Em Parelheiros também estão duas aldeias indígenas de um subgrupo guarani com cerca de mil habitantes. A região também recepcionou a primeira imigração alemã no estado no início dos século XIX. Os poucos habitantes, além dos índios, têm o poder aquisitivo mais baixo da cidade.Dista-se de 15 a 25 quilômetros de Itanhaém e São Vicente no litoral, e uma distância de 50 a 60 quilômetros do centro de São Paulo.


Características físicas

São 353 km², representando 24% do município, com ocupação urbana de 2.5% e dispersa 7.7%. Com a totalidade de seu território em área de proteção aos mananciais, a região compreende remanescentes importantes de Mata Atlântica e as áreas mais preservadas do Município. Inclui parte das bacias hidrográficas das Represas Garapiranga (foto1) e Billings, que são responsáveis pelo abastecimento de 30% da população da Região Metropolitana de São Paulo. É cortado por ferrovia de escoamento da produção agrícola ao porto de Santos e um ramal suburbano desativado.

A Cratera da Colônia com 3,5 km² é marco geológico produzida por meteorito há milhões de anos. Parte dela é ocupada por 25 mil pessoas em loteamentos irregulares, outra de um presídio Estadual (cerca de 1500 presos); e o restante (cerca de 50%) preservada como área agrícola tradicional. A área é tombada pelo Condephaat (Res. SC 60 de 20.08.2003). Originariamente foi habitada por índios Tupis e no século XX um subgrupo guarani ali se estabeleceu, tendo hoje tem cerca de 600 pessoas em duas áreas, a Aldeia Krukutu e Morro da Saudade.

Apesar das restrições impostas pela legislação ambiental, a região apresenta urbanização intensa e desordenada, com parte da população residindo de forma precária e sérios impactos sobre os processos naturais de produção de água, devido à impermeabilização do solo, ao desmatamento, ao despejo de esgotos e ao assoreamento dos corpos d'água.

Seguindo o atual processo de urbanização, a população cresce de forma irregular, com baixa renda, aumentando de forma inadequada o déficit de serviços e infra-estrutura. Atualmente o número da população é de aproximadamente 200.000. O fluxo populacional poderá se incrementar ainda mais com a passagem do Rodoanel (foto 2) que já corta a região.

Atualmente tem elevado índice pluviométrico e mais baixa temperatura no inverno, com geadas frequentes. É a área mais preservada do município com remanescente de Mata Atlântica (62,4%) e reflorestamento de cerca de 4% (pinus, eucaliptos).Inclui parte da Bacia Hidrográfica das represas Guarapiranga e Billings.


História

Na região de Parelheiros, já havia alguns caboclos antes da vinda dos alemães (1829). O lugar recebeu este nome devido às diversas corridas de cavalos (parelhas) entre os alemães e os brasileiros. Antes era conhecido como Santa Cruz, porque existia uma cruz no local, colocada por um devoto chamado Amaro de Pontes.

Parelheiros se destaca em relação à Colônia Paulista pelo fato de haver uma estrada aberta no século XIX, por iniciativa de Henrique Schunck (alemão), pai do fundador de Cipó (hoje distrito de Embu-Guaçu). A estrada de Parelheiros, atual Avenida Sadamu Inoue, ligava as vilas de Embu-Guaçu e São José, de onde se podia partir para Rio Bonito e Santo Amaro, evitando, assim, a passagem pela Colônia, onde havia a mais antiga estrada da Conceição.

Em meados do século XX, principalmente após a Segunda Guerra Mundial, diversos japoneses desembarcaram no Porto de Santos. Grande parte deles ficaram no chamado Cinturão Verde Metropolitano de São Paulo.

Assim, os bairros de Jaceguava e Casa Grande – que fazem parte da Subprefeitura de Parelheiros – foram sendo ocupados por famílias japonesas, onde estas se dedicavam ao trabalho agrícola, destacando-se no setor de hortifrutigranjeiros, tornando-se importantes fornecedores deste gênero ao abastecimento da metrópole.

Em busca de alojamento barato, uma população bastante numerosa escolheu os mananciais de Santo Amaro para residir. A possibilidade de encontrar aluguéis mais baixos ou até casa própria, com algum sacrifício, surgiam os numerosos loteamentos, muitos deles irregulares, devido à publicação da lei estadual de Proteção aos Mananciais em 1976.

A inexistência de grandes espaços em áreas urbanas acabou por tomar os terrenos dos caipiras santamarenses, de solo esgotado por roças rudimentares. Lotear suas propriedades foi a saída vista pelos proprietários de terra, pois o aumento de impostos territoriais veio encarecer as grandes propriedades. A solução foi dividir as chácaras e sítios em loteamentos, dando lugar ao aparecimento de vilas, jardins e parques deixando que os interesses da especulação imobiliária determinassem a localização de moradia da população trabalhadora, acentuando-se, no delineamento do traçado urbano, o desordenamento no uso do solo.

credito: Wikipédia